Em parceria com imobiliárias, o banco criou um padrão de atendimento semelhante ao usado no financiamento de veículos. A ideia é que o comprador vá até o ponto de venda, preencha uma ficha, que é enviada à Caixa, e receba a aprovação de crédito em até 48 horas, tempo bastante inferior à média atual, de 20 dias.
“Queremos oferecer o crédito nos locais
em que o cliente procura pelo imóvel”, afirma Jorge Fontes Hereda,
vice-presidente de governo da Caixa. Atuando junto às empresas, a oferta
dos empréstimos se estende além do horário dos bancos. “A compra de um
imóvel é uma decisão familiar e precisa funcionar sábado e domingo.”
A Caixa não é a primeira a buscar esse
canal alternativo. O Itaú já faz isso, em parceria com a Lopes, assim
como a BM Sua Casa, da Brazilian Mortgages.
A Caixa terá uma rede própria de
correspondentes, basicamente por meio de acordos com imobiliárias. O
Panamericano, banco em que a Caixa adquiriu participação no ano passado,
também vai atuar como seu agente a partir de julho, com suas 200 lojas
próprias.
Com os correspondentes, a Caixa espera
aumentar a capilaridade e também a capacidade de originação. “Temos
limites nas agências e também não podemos direcionar a rede
exclusivamente para habitação”, disse Hereda. A Caixa cresce a uma taxa
bem acima do mercado. Até o dia 9 de junho, as concessões somam R$ 28,4
bilhões, volume superior a todo ano de 2008. A expectativa é fechar o
semestre com volume contratado de R$ 30 bilhões. Como o segundo semestre
é sempre mais forte, o volume poderia superar os R$ 60 bilhões no ano. O
estoque total do sistema financeiro em crédito imobiliário é de R$ 100
bilhões.
Hereda enfatiza que nenhum dos critérios
do banco será flexibilizado no processo. O correspondente fará apenas a
entrada de dados do cliente no sistema. Toda avaliação de risco, da
capacidade de pagamento e do imóvel continuam a cargo da Caixa. Esse
tripé é considerado essencial para garantir a baixa inadimplência na
habitação. “Não vamos negligenciar as análises”, afirma. “O novo modelo
contribui para a redução de custos e agilização do processo, uma vez que
toda a parte operacional foi repassada ao correspondente e não induz a
retrabalhos por parte das unidades da Caixa”, diz Teotonio Costa
Rezende, consultor técnico da área habitacional da Caixa.
A instituição já concluiu o projeto
piloto em oito Estados, que incluem grandes centros como São Paulo e Rio
de Janeiro, mas também polos menores, como Juiz de Fora, em Minas
Gerais. Num primeiro momento, os correspondentes farão apenas operações
relativas ao programa Minha Casa Minha Vida, já que os projetos são
financiados pela própria Caixa, o que facilita a análise.
Fonte: Valor Econômico
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